A partir das práticas no Estágio Supervisionado Básico II, realizadas em uma instituição, situada o interior do Estado do Rio de Janeiro, dedicada ao acolhimento e cuidado de criança e adolescente vítima de maus tratos, abandono ou qualquer outra situação que coloque em risco a sua integridade física, moral ou psicológica, foram obtidos dados para a elaboração do projeto de estudo por meio da observação naturalista e de pesquisa sistemática da literatura sobre o tema, tendo como sujeitos os educadores, também chamados de cuidadores, responsáveis pelo cuidado básico dos acolhidos - alimentação, higiene e proteção, organização do ambiente e de estabelecer atividades adequadas ao grau de desenvolvimento de cada um. Numa instituição em que, diversas vezes, recebe crianças que precisam se adaptar e encontrar sentido em suas vidas, têm-se os educadores como importantes agentes que enfrentam desafios significativos, dentre eles, a falta de recursos e sobrecarga de trabalho, para persistirem no compromisso com o bem-estar das crianças e adolescentes. Abordaremos a temática a partir da perspectiva da Logoterapia, fundada pelo psiquiatra Viktor Frankl, que discorreu, em muitas de suas obras, sobre a importância do cuidado e da compaixão como elementos essenciais para o bem-estar psicológico e o sentido da vida. Argumenta que, mesmo em situações de extremo sofrimento e adversidade, como os campos de concentração durante o Holocausto, os seres humanos são capazes de encontrar significado e propósito na vida por meio do amor e do cuidado pelos outros. No entanto, em algumas situações, o impacto prolongado das dificuldades enfrentadas pode levar à perda de sentido. No contexto do trabalho, o desgaste emocional e físico resultante de diversas circunstâncias pode minar a motivação e a eficácia de profissionais, afetando negativamente sua capacidade de cuidar adequadamente de outros. Utilizando a lente desta teoria, buscaremos a compreensão de como a resiliência é manifestada no contexto do acolhimento institucional e como as experiências desafiadoras vivenciadas podem impactar a perda de sentido do trabalho e cuidado com os acolhidos, especialmente quando educadores e crianças se deparam com situações que testam sua resiliência. Acreditamos que, dentre as diversas contribuições, à luz da Logoterapia, é importante também reconhecer a interconexão entre resiliência, sentido e bem-estar no contexto do acolhimento institucional infantojuvenil.
