PERSPECTIVA PARENTAL

EXPLORANDO A SUBJETIVIDADE DE MÃES E PAIS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SOFRIMENTO PSÍQUICO

Resumo

Este trabalho foi realizado a partir das práticas propostas nas disciplinas de Estágio Supervisionado Básico I e II, do curso de Psicologia, e buscou compreender os efeitos da integração da família no cuidado de crianças e adolescentes em sofrimento psíquico, bem como o impacto na subjetividade das mães e pais cuidadores. Por meio de observações naturalistas e de pesquisa bibliográficas sistemáticas, foram realizadas a coleta de dados, a revisão e integração das informações obtidas. Em um serviço de saúde mental infanto juvenil, localizado na região Sul Fluminense, observamos alguns desafios e transformações na rotina de famílias, oriundas de um psicodiagnóstico dado a um de seus membros. Inicialmente, as observações evidenciaram o papel dos cuidadores e de modo muito especial o da mãe, entendida culturalmente como cuidadora da família, e sua sobrecarga, que, além de outros vários contextos e ambientes, frequentemente, tem sua presença exigida integralmente no cuidado e tratamento do filho. Neste cenário, inúmeras vezes, as mães cuidadoras recebem pouco suporte dos serviços de saúde, o que se traduz em riscos maiores para o seu esgotamento físico e psicológico, e uma perda de sua identidade própria. A partir das atividades realizadas, fora elaborado o projeto “Perspectivas parentais: explorando a subjetividade de mães e pais de crianças e adolescentes em sofrimento psíquico” que se destina a promover a reflexão e sensibilização da equipe de saúde, estudantes e comunidade em geral acerca da importância do resgate e fortalecimento da identidade das mães e responsáveis de crianças e adolescentes com transtornos mentais. Ainda em andamento, espera-se que o projeto traga contribuições para que o serviço de atenção psicossocial às crianças e adolescentes estejam mobilizados para a promoção de apoio e acolhimento de seus cuidadores, dando maior visibilidade às suas ações cuidadoras e às suas necessidades, principalmente, àquelas resultantes dos sofrimentos que são despertados através das condições psíquicas de seus familiares.