Reflexões sobre linguagem e tradução em contextos de scanlation e fanfic
Palavras-chave:
Linguagem, Tradução, Scanlation, Fanfic
Resumo
O objetivo deste artigo é apresentar reflexões sobre linguagem e tradução em contextos de scanlation e fanfic. Para tal foi realizada uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, cujo instrumento de geração de dados foi a entrevista semiestruturada realizada com um acadêmico do curso superior de Letras a respeito de práticas de scanlation e fanfic. Os dados foram analisados à luz dos Estudos dos Letramentos, articulados às tecnologias de informação e comunicação. Os dados sugerem que, os scanlations e as fanfics são novas formas de agir e interagir em meio a práticas vernaculares de leitura e escrita em suporte digital, demonstrando que o sujeito consome, produz e (re)produz. Essas práticas de letramentos vernaculares são vinculadas à literatura, na concepção do sujeito de pesquisa. Apesar de representarem práticas vernaculares, são concretizadas com cuidados no que toca a tradução dos textos, dentre outras normas.Referências
BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 1992.
BARTLETT, L. To seem and to feel: situated identities and literacy practices. Teachers College Record, Columbia University, v. 109, n. 1, p. 51-69, January, 2007.
BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação. Uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto, 1994.
CANAGARAJAH, S. Translingual practice. New York: Routledge, 2013.
CARDOZO, M. M. Mãos de segunda mão?Tradução (in)direta e a relação em questão. Trab. linguist. apl., Dez 2011, vol.50, no.2, p.429-442. ISSN 0103-1813.
CARLOS, G. S. O(s) fã(s) da cultura pop japonesa e a prática de scanlation no Brasil. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Linguagens) – Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2011.
CASSANY, D. “Leer y escribir literatura al margen de la ley", I Congreso Iberoamericano de Lengua y Literatura Infantil y Juvenil [CILELIJ] Fundación SM, Museo de Bellas Artes, Santiago de Chile, 24/28-2-10. A: CILELIJ. Actas y Memoria del Congreso. Madrid: Fundación SM / Ministerio de Cultura de España. p. 497-514. ISBN: 8435240516578. DL: M-42390-2010.
CASSANY, D.; HERNÁNDEZ, D. Internet: 1; Escuela: 0? CPU-e, Revista de Investigación Educativa, 14, enero-junio 2012.
COSSON, R. Literatura infantil em uma sociedade pós-literária: a dupla morfologia de um sistema cultural em movimento. Pro-Posições, Campinas, v. 27, n. 2, p. 47-66, ago. 2016.
DIONÍSIO, M. L.; OLIVEIRA, M.; MARTINS, L., CUNHA, L. (Com)viver com as letras ou do que foram e como foram as oficinas das novas experiências com a literacia no Vale do Minho. In: GONÇALVES, A; VIANA, F. L; DIONÍSIO, M. L. (Org.). Dar vida às letras: promoção do livro e da leitura – prêmio europeu de inovação na leitura. Vale do Minho: Comunidade Intermunicipal, 2007. p. 45-58.
FARACO, C. Linguagem e Diálogo. As ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. Tradução de Joice Elias Costa. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FREITAS, M. T. A.; JOBIM e SOUZA, S; KRAMER, S. (Org.). Ciências humanas e pesquisa: Leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo: Cortez, 2003.
FRITZEN, M. P. O olhar da etnografia no fazer pesquisa qualitativa: algumas reflexões teórico-metodológicas. In: FRITZEN, Maristela Pereira; LUCENA, Maria Inêz Probst (Org.). O olhar da etnografia em contextos educacionais: interpretando práticas de linguagem. Blumenau: Edifurb, 2012. p. 55–72.
GEE, J. P. Reading as situated language: a sociocognitive perspective. Journal of Adolescent & Adult literacy, Newark, v. 8, n. 44, p. 714-725, 2001.
GEE, P. J. Situated language and learning: a critique of traditional schooling. Londres: Routledge, 2004.
GASKELL, G. Entrevistas individuais e grupais. In: BAUER, M. GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 64–89.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2011.
HAMERS, J.; BLANC, M. H. A. Bilinguality and bilingualism. 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
HUMBLE, P. Os estudos da tradução e os dicionários. Trab. linguist. apl. [online]. 2005, vol.44, n.2, pp.233-246.
KOMESU, F. C.; GALLI, F. C. S. Práticas de leitura e escrita em contexto digital: autoria e(m) novos mídiuns. Revista da ABRALIN, v. 15, 2, p. 165-185, 2016.
LAJOLO, M. O que é literatura. São Paulo: Nova Cultural; Brasiliense, 1986.
MENEGOTTO, F. N.; GARCIA, R. A. N. “The garden party” e suas diferentes leituras: algumas considerações sobre a tradução literária. Cad. Trad., Ago 2018, vol.38, no.2, p.143-162. ISSN 2175-7968.
NEITZEL, A. de A; BRIDON, J.; WEISS, C. S. Mediações em leitura: encontros na sala de aula. Rev. Bras. Estud. Pedagog. Brasília, v. 97, n. 246, p. 305-322, ago. 2016.
PRADO, T. M. As concepções do conselheiro real Polônio em quatro adaptações de Hamlet para os quadrinhos. Galáxia (São Paulo), Dez 2017, no.36, p.186-203. I.SSN 1982-2553
BIGNARDI, I.; Christmann, Fernanda Cesco, Andréa; Abes, Gilles Jean; Bergmann, Juliana Cristina Faggion (Orgs.). Tradução Literária: Veredas e desafios. São Paulo: Rafael Copetti, 2016, 137 p.. Cad. Trad., Dez 2016, vol.36, no.3, p.330-335. ISSN 2175-7968
SÁ JÚNIOR, L. A. de. O ato de ler: possibilidades e perspectivas para ensino de literatura no Ensino Médio. In: SÁ JÚNIOR, Lucrécio Araújo de; OLIVEIRA, Andrey Pereira de. (Org.). Literatura e ensino: reflexões e propostas. Natal: EDUFRN, 2014. p. 129-138.
Silva, M. M. Uma estranha na sala de aula: interculturalidade, letramento literário e ensino. Estud. Lit. Bras. Contemp., 2019, no.57. ISSN 2316-4018
SILVA, M. O equilíbrio vital da arte: a literatura e seus sentidos. Revista Alpha, Centro Universitário de Patos de Minas, n.13, p. 172-176, 2012.
ZAPPONE, M. H. Y; YAMAKAWA, I. A. Letramento dominante x vernacular e suas implicações para o ensino da literatura. Muitas Vozes, Ponta Grossa, v.2, n.2, p.185-198, 2013.
ZGUSTA, L. Manual of Lexicography. Mouton, The Hague, Paris, 1971.
ZHANG, T. L; CASSANY, D. "Fansubbing del español al chino: organización, roles y normas en la escritura colaborativa". BiD: textos universitaris de biblioteconomia i documentació, núm. 37, 2016.
BARTLETT, L. To seem and to feel: situated identities and literacy practices. Teachers College Record, Columbia University, v. 109, n. 1, p. 51-69, January, 2007.
BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação. Uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto, 1994.
CANAGARAJAH, S. Translingual practice. New York: Routledge, 2013.
CARDOZO, M. M. Mãos de segunda mão?Tradução (in)direta e a relação em questão. Trab. linguist. apl., Dez 2011, vol.50, no.2, p.429-442. ISSN 0103-1813.
CARLOS, G. S. O(s) fã(s) da cultura pop japonesa e a prática de scanlation no Brasil. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Linguagens) – Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2011.
CASSANY, D. “Leer y escribir literatura al margen de la ley", I Congreso Iberoamericano de Lengua y Literatura Infantil y Juvenil [CILELIJ] Fundación SM, Museo de Bellas Artes, Santiago de Chile, 24/28-2-10. A: CILELIJ. Actas y Memoria del Congreso. Madrid: Fundación SM / Ministerio de Cultura de España. p. 497-514. ISBN: 8435240516578. DL: M-42390-2010.
CASSANY, D.; HERNÁNDEZ, D. Internet: 1; Escuela: 0? CPU-e, Revista de Investigación Educativa, 14, enero-junio 2012.
COSSON, R. Literatura infantil em uma sociedade pós-literária: a dupla morfologia de um sistema cultural em movimento. Pro-Posições, Campinas, v. 27, n. 2, p. 47-66, ago. 2016.
DIONÍSIO, M. L.; OLIVEIRA, M.; MARTINS, L., CUNHA, L. (Com)viver com as letras ou do que foram e como foram as oficinas das novas experiências com a literacia no Vale do Minho. In: GONÇALVES, A; VIANA, F. L; DIONÍSIO, M. L. (Org.). Dar vida às letras: promoção do livro e da leitura – prêmio europeu de inovação na leitura. Vale do Minho: Comunidade Intermunicipal, 2007. p. 45-58.
FARACO, C. Linguagem e Diálogo. As ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. Tradução de Joice Elias Costa. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FREITAS, M. T. A.; JOBIM e SOUZA, S; KRAMER, S. (Org.). Ciências humanas e pesquisa: Leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo: Cortez, 2003.
FRITZEN, M. P. O olhar da etnografia no fazer pesquisa qualitativa: algumas reflexões teórico-metodológicas. In: FRITZEN, Maristela Pereira; LUCENA, Maria Inêz Probst (Org.). O olhar da etnografia em contextos educacionais: interpretando práticas de linguagem. Blumenau: Edifurb, 2012. p. 55–72.
GEE, J. P. Reading as situated language: a sociocognitive perspective. Journal of Adolescent & Adult literacy, Newark, v. 8, n. 44, p. 714-725, 2001.
GEE, P. J. Situated language and learning: a critique of traditional schooling. Londres: Routledge, 2004.
GASKELL, G. Entrevistas individuais e grupais. In: BAUER, M. GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 64–89.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2011.
HAMERS, J.; BLANC, M. H. A. Bilinguality and bilingualism. 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
HUMBLE, P. Os estudos da tradução e os dicionários. Trab. linguist. apl. [online]. 2005, vol.44, n.2, pp.233-246.
KOMESU, F. C.; GALLI, F. C. S. Práticas de leitura e escrita em contexto digital: autoria e(m) novos mídiuns. Revista da ABRALIN, v. 15, 2, p. 165-185, 2016.
LAJOLO, M. O que é literatura. São Paulo: Nova Cultural; Brasiliense, 1986.
MENEGOTTO, F. N.; GARCIA, R. A. N. “The garden party” e suas diferentes leituras: algumas considerações sobre a tradução literária. Cad. Trad., Ago 2018, vol.38, no.2, p.143-162. ISSN 2175-7968.
NEITZEL, A. de A; BRIDON, J.; WEISS, C. S. Mediações em leitura: encontros na sala de aula. Rev. Bras. Estud. Pedagog. Brasília, v. 97, n. 246, p. 305-322, ago. 2016.
PRADO, T. M. As concepções do conselheiro real Polônio em quatro adaptações de Hamlet para os quadrinhos. Galáxia (São Paulo), Dez 2017, no.36, p.186-203. I.SSN 1982-2553
BIGNARDI, I.; Christmann, Fernanda Cesco, Andréa; Abes, Gilles Jean; Bergmann, Juliana Cristina Faggion (Orgs.). Tradução Literária: Veredas e desafios. São Paulo: Rafael Copetti, 2016, 137 p.. Cad. Trad., Dez 2016, vol.36, no.3, p.330-335. ISSN 2175-7968
SÁ JÚNIOR, L. A. de. O ato de ler: possibilidades e perspectivas para ensino de literatura no Ensino Médio. In: SÁ JÚNIOR, Lucrécio Araújo de; OLIVEIRA, Andrey Pereira de. (Org.). Literatura e ensino: reflexões e propostas. Natal: EDUFRN, 2014. p. 129-138.
Silva, M. M. Uma estranha na sala de aula: interculturalidade, letramento literário e ensino. Estud. Lit. Bras. Contemp., 2019, no.57. ISSN 2316-4018
SILVA, M. O equilíbrio vital da arte: a literatura e seus sentidos. Revista Alpha, Centro Universitário de Patos de Minas, n.13, p. 172-176, 2012.
ZAPPONE, M. H. Y; YAMAKAWA, I. A. Letramento dominante x vernacular e suas implicações para o ensino da literatura. Muitas Vozes, Ponta Grossa, v.2, n.2, p.185-198, 2013.
ZGUSTA, L. Manual of Lexicography. Mouton, The Hague, Paris, 1971.
ZHANG, T. L; CASSANY, D. "Fansubbing del español al chino: organización, roles y normas en la escritura colaborativa". BiD: textos universitaris de biblioteconomia i documentació, núm. 37, 2016.
Publicado
2020-01-06
Como Citar
ROEPKE, J.; FISTAROL, C. F.; BARBOSA, I. Reflexões sobre linguagem e tradução em contextos de scanlation e fanfic. Revista Científica do UBM, v. 22, n. 42, p. 25-45, 6 jan. 2020.
Edição
Seção
Artigos